espinhos
rasgaram minha pele
cortaram o meu rosto
espetaram os meus dedos
querer andar descalça na caatinga
esquecer o que a mãe ensinou
largar as alpercatas no alpendre
queimar o pé na pedra quente
espinhos
eu já nem mais os vejo
arranquei como pude
e ainda doem os dedos
botar os pés na terra vermelha
caminhar onde o barro rachou
colecionar besouros cascudos
catar umbu ainda verde
espinhos
mandacaru favela
macambira facheiro
faço deles meus brinquedos
subir bem lá no alto do lajedo
desobedecer o que o pai ordenou
gritar aos quatro cantos meus desejos
deixar se ver por toda gente
espinhos
se enroscam em minha volta
fazem sangrar meu corpo
É o que dá viver sem medo
rasgaram minha pele
cortaram o meu rosto
espetaram os meus dedos
querer andar descalça na caatinga
esquecer o que a mãe ensinou
largar as alpercatas no alpendre
queimar o pé na pedra quente
espinhos
eu já nem mais os vejo
arranquei como pude
e ainda doem os dedos
botar os pés na terra vermelha
caminhar onde o barro rachou
colecionar besouros cascudos
catar umbu ainda verde
espinhos
mandacaru favela
macambira facheiro
faço deles meus brinquedos
subir bem lá no alto do lajedo
desobedecer o que o pai ordenou
gritar aos quatro cantos meus desejos
deixar se ver por toda gente
espinhos
se enroscam em minha volta
fazem sangrar meu corpo
É o que dá viver sem medo