sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

por quê quero tanto?

estrela auto-aprisionada
ninguém sabe, escrevo no escuro
condeno-me à solidão
pés amarrados, mãos amarradas,
vendaram-me a boca
só restaram os olhos que dizem tudo,
mas ninguém lê
então transbordam inúteis
lágrimas se perdem no infinito
e ainda espero um milagre
ainda acredito no invisível

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Sou um monte confuso de forças cheias de infinito"

Calma, vai passar.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Romance sonâmbulo

Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.

(...)

Lorca

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Violino

Lembro que na primeira aula a professora perguntara:
Por que escolhestes este instrumento?
Não soube responder, disse apenas que achava o som que produzia bonito.

Mas ao chegar em casa percebi qual era a resposta.

O violino faz brisa de primavera, neblina suave e tempestade.
Cântico dos anjos e a mais baixa fúria

Seu som me acorda e rasga

Brilha o vermelho da madeira envernizada
O arco passa nas cordas.
Passa nas cordas e em meu pulso
Corta
Pinga o vermelho na madeira envernizada

Violino de sangue e amor