quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Diário a céu aberto

Não consigo dormir. Então resolvi criar um blog. Diário escrito com sono, nas madrugadas do último dia do ano. Como acabará este ano? Escrevo aqui como um desabafo, para que possa dormir. Será uma única postagem? E cadê a brisa do mar, que já não invade meu quarto? Não se espera algum sentido, só escrevo. Acho desejo viver demais, e parece que isto não é permitido. Porque cada escolha implica numa perda. Aí reluto a escolher, quero tudo. Ah, coração vagabundo... (na voz de Gal). Não. Não se pode parar para reler o que escrevi, por que então não será sincero e afogado nas mais intensas emoções. E escrevo no escuro, e essa tela me ofusca um pouco. Flor, a gata, dorme ao lado. Os outros também. Tenho medo de como acabará este ano, o momento crucial da virada. Depois de seis anos, será diferente pois já não te terei. E por minha escolha? Como posso? Descobrimento de mim mesma. E nada sei mais. É ruim digitar nesse estado flui-se melhor com caneta. E os desenhos também surgem rabiscados como feitiços. E símbolos antigos. Como quando escrevo de olhos fechados. Há dois dias eu estava tão feliz, parecia que a solução caminhava e surgiria naturalmente, era verão e tudo luminoso. Agora, já sou outra, que tentarei esconder nos festejos de mais tarde. Ah, eu estava tão animada, buena vista na praia e tal... sono já digito lentamente. e erro tanto. meus óculos estão sujos. Mas se ouve agora o barulho da ondas. Estou cansada. Dormir realmente.