sábado, 31 de dezembro de 2011

Para ano que vem

Que haja mais a agradecer do que a pedir.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Amanda

Esse sonho se passou naquela antiga casa no bairro da Torre que morei até os quatorze anos.

Estava passeando no quintal, como de costume, quando vejo um gato do mato em cima do muro. Até então, tudo bem, afinal já apareceram pelo nosso quintal saguis, corujas, cobras, já que é enorme, cheio de árvores e ainda existe um terreno sem nenhuma construção, só árvores frondosas, ao lado. Depois do gato do mato olhei novamente e já era uma jaguatirica. Olhei adiante e era um Tigre! Nossa um tigre aqui?! Corri pra chamar mamãe e minha irmã para verem, mas só restava a jaguatirica.

Hora do almoço. Nós três na mesa conversando... O vento levantou um colchão sujo e rasgado no terreno vizinho, de modo que avistamos sua metade. O colchão sobe novamente, mas numa altura difícil de ser alcançada só com o ventinho do momento. Então o colchão sobe ainda mais e fica escorado no muro. Nele está uma moça morta, de longos cabelos loiros esbranquiçados, e pele pálida, já cinzenta apodrecendo. Ela olha pra gente, vai se arrastando pelo colchão e segura no muro como se fosse pular pra cá.

Terror, o que foi aquilo? Se repetirá? Caminhando pela casa encontro uma menina de cabelo vermelho intenso, pele branca, magrinha, de minha altura. Vestia camiseta, saia jeans, all star, e olhos bem contornados de lápis preto. Era ela, ela que nos deu aquele susto terrível.
Mesmo com medo resolvi conversar, mostra-la que não precisava nos assustar, que somos do bem... até que ela diz: -Eu já tinha tentado aparecer pra vocês umas cinco vezes. Era como que só tínhamos notado sua presença devido ao susto dado, e então percebi que ela era só uma menina, que ansiava por atenção. Pergunto: -Qual o seu nome? Amanda, ela responde. Mesmo ainda com medo, fui tomada por uma inexplicável compaixão daquela frágil menina e a abraço, receosa do toque em alguém sem corpo, e digo: -Você lembra uma amiga minha.
Ela diz que vai sair: Vou pra Pipa, é mais interessante. Ah que inveja, respondi, enquanto você vai estar na praia passarei a tarde assistindo aula. Pergunto: E como você faz pra chegar lá? Ela: Ah, é fácil, só é pensar que voooou parar lá. Em seguida, se despediu e foi andando de costas e se desmaterializando até ir de encontro a parede, ultrapassá-la e sumir.

Resolvi contar pra família sobre Amanda, até que fui atingida por um súbito medo, será que estou enlouquecendo e nada disso aconteceu? Fui contar assim mesmo, e minha mãe acredita, já que confirma que apesar de só eu ter visto a menina, todas a enxergaram como assombração quando ela apareceu sob outra forma. Penso se ela iria aparecer novamente, então ouço como um estalo atrás de mim, viro e quando vejo há um rapaz moreno, magro de óculos atrás de mim, que acena e diz: oi. Viro de volta e fecho os olhos, não quero mais, não. Agora eles aparecerão para mim sempre? Como faço para parar?
Acordei assustada e fui logo anotar aqui em meu diário.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Já provastes da água do mar? É salgada.
Foram minhas lágrimas.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

?

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ui
coração apertadinho

sábado, 3 de dezembro de 2011

Azul cobalto

Sonhei que mergulhava na piscina azul
o mundo por baixo d'água era etéreo silêncio
era noite, ao levantar do mergulho você estava lá
e vinha ao meu encontro segurava minhas mãos me beijava
e eu mergulhava novamente
na piscina em que quase me afogava aos cinco anos de idade

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pensariam que foi só um sonho

Aconteceu, e conto com um grande atraso, na última semana de Outubro...

Adormeci. E só recordo que caminhava até a sala, tudo perfeitamente real e cotidiano, as luzes todas apagadas... Mas eu não tocava os pés no chão, e percebia que estava estranhamente leve, flutuando sobre o tapete da sala. Parecia que a gravidade era outra, mas não conseguia me desprender, manter ereta, havia algo me puxando para baixo, e aquela sensação de vertigem que aparece frequentemente em meus sonhos mais significativos. Entretanto, naquele momento lá na sala eu sabia que estava dormindo, que meu corpo ainda estava em meu quarto sobre a cama. Resolvi aproveitar, me concentrar e pensar em algumas pessoas, que imaginei que dormiam naquela hora, para que elas também pensassem em mim. E enquanto estava nesse estado, pensava: se eu contar isso o que está acontecendo para alguém, vão dizer que foi só um sonho.

Acordei ainda madrugada, voltei a dormir. Acordei e já era dia.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

A um ausente

(...)
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.

Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

(...)

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ausência


Eu ainda esperava
mas você não apareceu.



quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Confissão circense

Caminhando numa corda bamba.

Hei de seguir sempre em frente.
Se ouso olhar para trás, a queda
no vazio infindo desse picadeiro.

Mas vejo, a corda se parte!
E agora em três caminhos bifurca.
Paraliso, foi me dada a escolha

Então já estou no trapézio
Me arremesso de olhos fechados
à espera das mãos que me erguem


domingo, 25 de setembro de 2011

Diz-me,
de tudo, o que é real?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Serenata

Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.

Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.

Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo.

Cecília Meireles

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Põe-me as mãos nos ombros...
Beija-me na fronte...
Minha vida é escombros,
A minha alma insonte.

Eu não sei por quê,
Meu desde onde venho,
Sou o ser que vê,
E vê tudo estranho.

Põe a tua mão
Sobre o meu cabelo...
Tudo é ilusão.
Sonhar é sabê-lo.

Fernando Pessoa

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Personagem

" [...]
Meus sonhos viajam rumos tristes
e, no seu profundo universo,
tu, sem forma e sem nome, existes,
silêncio, obscuro, disperso.

Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
teu coração, tua existência,
tudo - o espaço evita e consome:
e eu só conheço a tua ausência.

Eu só conheço o que não vejo.
E, nesse abismo do meu sonho,
alheia a todo outro desejo,
me decomponho e recomponho."

Cecília Meireles, in 'Viagem'

domingo, 4 de setembro de 2011

*

sábado, 3 de setembro de 2011

Morte e fuga

Alemanha, inicio da década de 1940. Lembro que eu trajava um sobretudo cáqui e o dia estava frio e claro, a luz transpassava a poeira em meio aos destroços na rua, quando me capturaram. Me levaram para um edifício cinzento de uns seis andares, de arquitetura pesada e sóbria, que parecia representar o aspecto daqueles que estavam lá em seu interior. Subimos ao segundo andar. O medo me dominava, não sabia o que fariam comigo. Chegam alguns e falam palavras que não compreendo olhando em minha direção, imagino que decidindo o que me reservava. Um homem alto de feição grosseira e hostil , vestido como médico, chega e levanta meu rosto com força, puxa minhas pálpebras e passa uma pequena lanterna em frente aos meus olhos, depois soa uma espécie de sino junto ao meu ouvido direito. Ele executa todos esses procedimentos rapidamente, enquanto isso, tento entender o que ocorre, submissa e assustada como um animalzinho, até que vejo uma enfermeira passar de uma sala para outra com uma mulher numa cadeira de rodas em estado deplorável, extremamente magra e parecia não ter mais consciência de si mesma, seus olhos se perdiam num vazio sem órbita. Daí em diante, meu pensamento passa a ser um só: tenho que fugir. Mas como? O lugar tinha paredes de uns quarenta centímetros, suas janelas retangulares possuíam grades de ferro, e a escada e a porta principal sempre bem vigiados. Presumo que se continuasse aí eu teria uma morte lenta e dolorosa. Penso em explicar que só meu avô era judeu, mas percebo que não faria a menor diferença, talvez até piore minha situação, afinal, quem se importará com o grau de minha ascendência? Já identificaram meu sobrenome. Vejo um enfermeiro passar com outra pessoa em cadeira de rodas. Dessa vez, um rapaz parecendo saudável, entretanto, não se via seus olhos, estavam vedados com curativos. Penso em descer as escadas, mas logo elimino a ideia. Lembro que as janelas dos últimos andares, invés de grades, eram fechadas só com telas metálicas. Então vislumbro a solução, irei arrancar as telas e me arremessar do alto do edifício. Antes uma morte rápida, do que uma morte lenta, dolorosa e desumana, que é a que terei se continuar onde estou. Meu plano não é perfeito, o prédio não é tão alto, ainda posso ter o azar de não morrer na queda e obviamente não ficaria em condições de fugir, seria recapturada e sofreria as piores punições. Observo, mesmo o acesso aos pavimentos superiores são vigiados. Tenho que ser cautelosa ao ir em busca da liberdade que anseio- a morte. Tento aparentar alguém desinformada e obediente, ao passo que vou me inteirando dos horários e costumes dos vigias, enfermeiros e médicos. Tento subir a escada, primeiros degraus, prendo a respiração e vou de pontas de pés. Ouço passos, volto à tempo, antes que me vejam. Perambulo de lado a outro a esperança sufocando, até que me viro e... Surpresa, a escada estava desimpedida! Corro sobre todos os degraus, sem olhar para trás, como num voo de passarinho que escapa da gaiola, tudo vira um borrão. A luz da porta vai se aproximando, até que me ofusco- estou livre! Sigo correndo sobre a rua estática de silêncio deserto, poeira, ofegante: estou salva.

Claro, foi um sonho. Não sei o dia exato, lá pela terceira semana de agosto.

sábado, 27 de agosto de 2011

é, foi tão pouco, apesar de sincero, do tanto que nem saberia ou poderia te dizer.
é uma pena

nos imagino rodopiando em uma dança, um foxtrot ligeiro e incessante...
te estendo minha mão direita, agora somos só ritmo

sábado, 20 de agosto de 2011

A tradução do que escrevi na madrugada passada

19/08 4h

Mais uma vez escrevo no escuro
E não enxergo nem minhas próprias letras
Acordada de sobressalto em mais uma madrugada

-Vê o céu estrelado

Te conto o que vejo através da janela
como se assim te trouxesse para perto
O som do mar se confunde com minha respiração opressa

No sono o espírito se liberta

Meu corpo se limita quando estou desperta
então conto meus sonhos
Escrevo para que sintas minha noite
E se agora dormes, sopro um pouco de mim pela brisa fria
que te chegará mais sincero que essas palavras
Então, sonhas com ternura
e não busca significados
Apenas sente

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Madrugada


Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Abraço



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Fim de tarde

Hoje escrevo cedo, antes da embriaguez da madrugada, se não acabaria adiando mais uma vez.
(Vai agora e vê o céu, um dos poentes mais belos).

O sonho do dia 21 de junho - sobre queda, pianos e abraço.

Vou caminhando na Rua das Trincheiras, é uma manhã agradável, e estou acompanhada de minha irmã e de tua irmã. Entramos numa das casas em frente à balaustrada. Casarão amplo, nossa conversinha leve, deixo as meninas batendo papo e vou investigar o que há nos outros cômodos. Subindo no primeiro pavimento, me deparo com uma sala ampla, bem iluminada por janelas estreitas e compridas voltadas para o jardim, acho que dessa sala tem as portas do lado direito e esquerdo para os quartos principais. Reparo que seu assoalho é em dois tipos de madeira (uma escura e outra clara) desgastado e danificado por cupins. Me vem novamente uma vertigem (já tinha sentido agora à pouco, comentei com as meninas), mas está ficando mais forte, minhas mãos estão geladas, suo frio. A vista um pouco embaçada, mas algo me chama, tenho que atravessar a sala e olhar pela janela. Então sigo, alguns passos vacilante e... Estralo da madeira seca, o chão cede aos meus pés. Estou caindo como em câmera lenta, penso que as meninas podem se preocupar, onde ponho minhas mãos pendentes? Vista turva, vou caindo, próximo ao chão e... Cadê o baque? Atravesso o assoalho do térreo, a casa possui porão, agora caio em um ambiente escuro, boto as mãos nas costas, para proteger a coluna, e finalmente chego ao fim, ao chão. As meninas escutaram o estrondo, vêm correndo, mas foi tudo leve, como se só estivesse chegando à níveis mais profundos e desconhecidos de minha própria consciência.
Como se nada tivesse acontecido, cá estou novamente, e tento explicar para as duas mais ou menos o que aconteceu. Bem, nem eu mesma sei ao certo, elas não vão compreender... Vamos caminhando pela rua, entramos noutra casa, não um palacetezinho eclético como a outra, essa é moderna, será dos anos 1960? Decoração bem preenchida, muitos móveis, armários cheios, bibelôs. Encostado próximo à parede, no centro da sala, um piano me chama atenção. É de uma madeira clara alaranjada, e parece antigo, pés trabalhados, como posso definir? Estilo vitoriano? Tipo armário, invés de cauda. Vejo que na estante ao seu lado tem um pianinho infantil. Então você aparece, como se estivesse acordado agora, ou será que já sabia da nossa presença aqui? Então me viro, me cubro com a camiseta...
Continuando
Eu estava de costas conversando com as meninas bem à vontade, e teu surgimento me deixa sem saber como agir. Pego a camisa, ou o travesseiro, tanto faz, dou mais dois passos e simplesmente te abraço. E o tempo para por breve instante.
E tudo volta, conversamos, pergunto do piano, quem é que toca nesta casa? Ah, é você?! Sim, vejo que desde pequenininho (olhando para o pequeno piano na estante).

Meio dia

Acordei de madrugada
Tocar os pés no chão frio, a pele arrepiava
Sim, as plêiades estavam no alto.
O mar bravo, som de ondas no fluxo influxo incessante.
***

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

"Por que o que é viável é um Bem?
Por que durar é melhor que inflamar?"

domingo, 7 de agosto de 2011

Casillero del Diablo


Programa de sábado.
Blue and sentimental.

sábado, 6 de agosto de 2011

Mas ainda busco respostas.

Sou aquela que abre a janela para observar o céu estrelado
escrevo o que sonho
tento decifrar olhares
Incansável

(Será esse o meu mal?)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Talvez não existam significados ocultos
e o que se lê seja só o que se lê.
Quem saberá?
***

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Estava em uma cidade antiga, colorida, e era noite.
Depois já era manhã e a cidade tão cheia de gente, tudo acontecendo, tão vivo.

Estava em um museu com estantes de uns 10 metros de altura de madeira e vidro que guardavam preciosidades históricas do período da colonização, talvez... Como eram altas as estantes e impreciso o que protegiam, não conseguia ver direito... Então saía numa praça ampla, paisagem pitoresca tropical, que dava para o mar. Junto à beira do mar havia uma rocha com umas cinco colunas clássicas de ordens diferentes, com uma pintura atrás delas de um céu azul com nuvens e triângulos e símbolos diversos que nem lembro mais... Lá, tinham morrido homens de grande importância num passado distante, e por isso, elas se tornaram um monumento a ser lembrado.

Este é o relato do pouco que recordei do sonho da noite passada.

domingo, 17 de julho de 2011

Miragem

Enquanto dançava quase de olhos fechados...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Que houve na madrugada passada que não me deixava dormir?
Eram tantas imagens que isso aqui já estaria bem mais preenchido.

sábado, 25 de junho de 2011

Sobre queda, pianos e abraço

Terei que escrever aqui sobre outro sonho que tive faz uns dias.
Não tenho pressa pois já anotei em papel logo que acordei.
Mas depois. Agora não há tempo pra sonhar.

E nem tive São João.
Queria quadrilha e brincar com fogo.

sábado, 7 de maio de 2011

Pessoa entende

"Por isso sê para mim materna, ó noite tranqüila...
Tu, que tiras o mundo ao mundo, tu que és a paz,
Tu que não existes, que és só a ausência da luz,
Tu que não és uma coisa, rim lugar, uma essência, uma vida,
Penélope da teia, amanhã desfeita, da tua escuridão,
Circe irreal dos febris, dos angustiados sem causa,
Vem para mim, ó noite, estende para mim as mãos,
E sê frescor e alívio, ó noite, sobre a minha fronte..."

Apelo

Venham, apertem minhas mãos
me salvem de mim.
Sintam o perfume do pulso, estranho, que agora é meu.
Beijem minha testa,
beijem meu rosto.
Preencham a solidão
na vindoura madrugada.


segunda-feira, 28 de março de 2011

Perdão

Mais um sonho.
Sei que foi o segundo de um sono povoado por ao menos três, e o único que ainda recordo um pouco.
Eu estava em uma casa grande, bagunçada, um pouco escura, quando apareceu um demônio e sua esposa. Tais criaturas não me puseram tanto medo quanto deveriam, me sentia desafiada, e ouvi atentamente suas propostas. Eu teria que cumprir tarefas, se não seria amaldiçoada à parmanecer para sempre naquela casa, ou no "limbo" (como no filme que assisti antes de dormir), ou... Enfim, algo de ruim me aconteceria por muito tempo. A última das provas era pedir perdão por três atitudes minhas. E assim eu fiz, me sentindo muito mais leve depois.

Mas perdoar não é divino?!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

por quê quero tanto?

estrela auto-aprisionada
ninguém sabe, escrevo no escuro
condeno-me à solidão
pés amarrados, mãos amarradas,
vendaram-me a boca
só restaram os olhos que dizem tudo,
mas ninguém lê
então transbordam inúteis
lágrimas se perdem no infinito
e ainda espero um milagre
ainda acredito no invisível

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Sou um monte confuso de forças cheias de infinito"

Calma, vai passar.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Romance sonâmbulo

Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.

(...)

Lorca

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Violino

Lembro que na primeira aula a professora perguntara:
Por que escolhestes este instrumento?
Não soube responder, disse apenas que achava o som que produzia bonito.

Mas ao chegar em casa percebi qual era a resposta.

O violino faz brisa de primavera, neblina suave e tempestade.
Cântico dos anjos e a mais baixa fúria

Seu som me acorda e rasga

Brilha o vermelho da madeira envernizada
O arco passa nas cordas.
Passa nas cordas e em meu pulso
Corta
Pinga o vermelho na madeira envernizada

Violino de sangue e amor

domingo, 30 de janeiro de 2011

Perigo

Quando o sonho ultrapassa o sono
Não deixa penetrar a luz do dia
A ânsia
Insistir no que não existe
O grito abafado
Palavras que nunca serão ditas

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Estava tão verde

"Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!"

Fernando Pessoa,
20/01/1933.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Céu estrelado

Engoli o universo.
O brilho dos astros ainda escapa pelos olhos.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Fogos de artifício

Na derradeira hora da virada paro
e vejo os fogos estourarem.
Sempre maravilhada, fagulhas de dourada esperança.

01/01/11

O primeiro dia de uma nova década.

2011 chegou.
E doeu um pouquinho.