quarta-feira, 30 de abril de 2014

Noites sem nome

Noites sem nome, do tempo desligadas,
Solidão mais pura do que o fogo e a água,
Silêncio altíssimo e brilhante.

As imagens vivem e vão cantando libertadas
E no secreto murmurar de cada instante
Colhi a absolvição de toda a mágoa.


Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, 8 de abril de 2014

solidão

eu conto aqui para que venhas enxugar a lágrima que escorre no meu rosto com um beijo

a distancia dele não é como a tua
são milhas e milhas de saudade
outro oceano, outra estação

a tua distancia é ausência pura
silencio e segredo
vivendo do não

quarta-feira, 2 de abril de 2014

acerolas

 Depois do almoço, deitei em minha cama pra ler, quando acabei cochilando...

Estamos lá de novo, como há muito tempo.
Ele, ela, meus primos e vovó também.
Dia de sol.
deitados na grama do jardim
olha, tem quatro acerolas lindas, vermelhinhas, reluzindo no alto do pé
levanto pra pegar, mas não alcanço, nem saltitando
moleca, resolvo subir nos galhos finos
um espinho fura meu pé descalço bem na hora que colho duas frutinhas.
Desço, me sento no chão e vou olhar a sola do pé, batendo a sujeira pra ver se tinha cortado.
você chega e se abaixa pra ver meu pé, o segura e diz que sabia fazer um bálsamo pra evitar inflamação.
Eu  digo que não precisa, não foi nada, nem doí
[Lembro da infância. com pé cortado, e ainda assim jogando futebol na areia e depois caindo no mar, pra refrescar. e depois o corte inflamado com pus o resto das férias kkkkkkkkkk]

do corte do meu pé começou a pingar gotas bem vermelhinhas de sangue.

ah, esse lugar que sempre é férias, sempre é verão.